21/08/2009
SÃO PAULO - A chegada do segundo semestre de 2009 poderá trazer um impulso extra aos fabricantes do setor de bens de capital no Brasil. Mesmo com a retração observada na primeira metade do ano, a melhora gradual do mercado já começa a ser sentida, segundo observou o diretor comercial da New Holland para a América Latina, Marco Borba. "Esses últimos anúncios do governo vão dar um impulso adicional. No segundo semestre estamos prevendo um crescimento em torno de 30% a 40% melhor do que o primeiro", afirmou o executivo.
SÃO PAULO - A chegada do segundo semestre de 2009 poderá trazer um impulso extra aos fabricantes do setor de bens de capital no Brasil. Mesmo com a retração observada na primeira metade do ano, a melhora gradual do mercado já começa a ser sentida, segundo observou o diretor comercial da New Holland para a América Latina, Marco Borba. "Esses últimos anúncios do governo vão dar um impulso adicional. No segundo semestre estamos prevendo um crescimento em torno de 30% a 40% melhor do que o primeiro", afirmou o executivo.
Segundo Borba, a percepção é de que o ambiente está se tornado mais favorável para a volta dos investimentos no País, o que pode começar a reverter a retração de 40% que a empresa verificou no primeiro semestre do ano. "Há uma melhoria tanto na parte de prospecção como em negócios sendo fechados", afirmou o executivo, ressaltando que o mercado de construção civil e de infra-estrutura são os mais aquecidos no momento.
O ânimo do setor de máquinas e equipamentos, impactado positivamente com o recente pacote de incentivo do governo, também já foi anotado pelo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), divulgados no dia de ontem. Em junho, apesar da queda de 17,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado, foi anotada alta de 10,6% em relação ao mês imediatamente anterior. Mensalmente, o setor tem registrado sinais de melhora, com aumento do faturamento. Até o final do ano, caso o cenário positivo se confirme, o setor deve registrar queda de 14% ante 2008.
No primeiro semestre do ano, a retração, na mesma comparação, foi de 23,6%. "O cenário para as empresas está mudando. Isso também é um reflexo das companhias que estavam paradas e voltaram com investimentos, em função do setor automotivo.
Isso já começa a refletir em nosso setor, mas demorou de dois a três meses parta isso chegar nos fabricantes ", afirmou o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto. Em janeiro, pior mês para os fabricantes, a queda registrada na comparação anual foi de quase 32%.
O desempenho positivo veio, principalmente, de segmentos ligados ao setor de petróleo e gás. O segmento de bombas e motobombas, por exemplo, apresentou crescimento de 12,1% no período. Já no de mecânica pesada, a alta foi de 19,8%.
Para os próximos meses, a maior expectativa gira em torno da chegada real dos financiamentos do BNDES ao mercado. "As taxas [4,5% anual] atendem o financiamento compatível com nossos concorrentes de fora. Isso é inédito", afirmou o vice-presidente da Abimaq, Carlos Pastorizza.
Além da taxa, os compradores terão, ainda, outros dez anos de financiamento, além de dois anos de carência.
Já segundo Aubert Neto, uma das preocupações da entidade é se os bancos privados não dificultarão o financiamento do BNDES. "Estamos fazendo um esforço para que os bancos estaduais comecem com o financiamento e assim ocorra um efeito dominó", disse o executivo.
Na primeira metade do ano, o setor acumulou faturamento R$ 29,31 bilhões, contra os R$ 36,35 bilhões registrados em 2008. Já as exportações do primeiro semestre do ano obteve resultado de US$ 3,8 bilhões no período, anotando queda de 29,2%. As importações, por outro lado, ficaram no mesmo período em US$ 9,3 bilhões, com um recuo mais moderado de 7,1%.